Esse evento/revista é real ou predatório?

Tenho certeza que todos os meus colegas pesquisadores já receberam vários e-mails de convites para publicar trabalho em uma determinada revista ou apresentar seus trabalhos já publicados em algum evento científica que lendo com atenção ficava claro que se tratava de uma abordagem predatória.

Recentemente, eu recebi um convite que não mencionava taxa de inscrição e, eu realmente acreditei que era um convite para apresentar em uma conferência (como palestrante convidada). Mas após enviar uma resposta pedindo maiores detalhes já veio a resposta que era bem simples, bastava enviar um resumo e pagar a módica taxa de inscrição que passava de $800 (bem mais de R$ 4.000 considerando conversão de Junho/2022) que eu poderia apresentar meu trabalho. Ou seja, não era um convite para apresentar, mas um convite para pagar a inscrição. A forma que foi escrita a mensagem foi bem duvidosa, dando margem a interpretação.

Na prática, revistas de qualidade que oferecem revisão por pares com alto fator de impacto não convidam ninguém pois já há uma boa procura por elas. Todos querem publicar nessas revistas e as taxas de aceite costumam ser baixas. A revista Journal of Theoretical Biology aceita apenas 20% dos trabalhos que recebe para serem publicados1, a Nature aceita apenas em torno de 8%2. Dado esse cenário, já é para desconfiar quando uma revista envia e-mail convidando a enviar trabalho para ser publicado. Geralmente o convite é seguido da fatura a ser paga.

A mesma coisa acontece com os eventos científicos, boas conferências / congressos / simpósios etc. costumam divulgar com antecedência as datas para submeter os trabalhos, tem um calendário que geralmente permite as pessoas que enviaram seus trabalhos tenham conhecimento se o trabalho foi aceito pelo comitê científico para ser apresentado, antes de se registrar para participar do evento pagando a taxa de inscrição. De forma geral, os eventos científicos possuem sim taxas para apresentação de trabalhos pois oferecem também vários serviços durante a realização do evento. E essas taxas costumam ser pagas utilizando verba destinada a esse tipo de custo previsto em projetos de pesquisa submetidos a agencias de fomento e dos programas de pós-graduação (cada vez mais limitados com o número de cortes). Mas isso é sempre claro desde o início em eventos sérios.

O que me levou a escrever esse texto foi a importância de divulgarmos esse tipo de informação para jovens pesquisadores e agirmos efetivamente para limitar esse tipo de comunicação predatória. Principalmente em tempos atuais em que os pesquisadores são melhores avaliados pela quantidade de publicações do que pelo impacto da sua pesquisa.

Um trabalho publicado em 2021 por Mckenzie et al3, avaliou a caixa de entrada de um cirurgião por 6 meses. De um total de 1905 emails, 608 foram identificados como possíveis email fraudulentos, dos quais 46.9% eram convites para enviar um resumo, 34.7% para apresentar em uma conferência, 9.2% para participar de uma conferencia, 4.1% para fazer parte de corpo editorial, 4.1% enviar manuscrito a uma revista, 0.7% para contribuir para um eBook e 0.3% para revisar manuscrito. Quase todos os convites predatórios vinham de jornais (55.1%) ou conferencias falsas (43.9%).

Custo Alto

Considerando ainda o exemplo do artigo mencionado, o departamento de TI estimou que todos os meses, 21 milhões dos 31 milhões de emails que são enviados para os mais de 120.000 usuários são bloqueados pelo firewall. Os dados avaliados no estudo sugerem que dos 10 milhões que de fato passam pelo firewall pelo menos 1/3 são phishing.

Considerando uma organização com 100.000 usuários, que recebem $100.000/ ano, e recebendo 6 emails de spam por dia, o custo em termos de armazenamento, gerenciamento, perda de produtividade, foi estimado para mais de $16 milhões/ano.

O que podemos fazer?

Algumas observações que o estudo apresenta para identificar os emails “fakes” são a presença da palavra “greetings” e os erros de gramática. O alerta desse texto é para que toda vez que receber algum email com convite para enviar resumo, publicar artigo ou apresentar em uma conferência, que fique com um pé atrás. Outra dica do artigo mencionado acima é que os firewalls já deveriam bloquear os nomes de eventos e revistas predatórios contidos na lista de Beall’s e na lista da CalTech Library.


Também recebe muito spam/phishing e cia. por aí? Se tiver mais informações ou caso tenha surgido alguma dúvida deixe um comentário. Se achou útil compartilhe!


Referências:

[1] Journal of Theoretical Biology. Disponível em: https://www.journals.elsevier.com/journal-of-theoretical-biology

[2] Revista Nature. Disponível em: https://www.nature.com/nature/for-authors/editorial-criteria-and-processes

[3] McKenzie M, Nickerson D, Ball CG. Predatory publishing solicitation: a review of a single surgeon’s inbox and implications for information technology resources at an organizational level. Can J Surg. 2021;64(3):E351-E357. Published 2021 Jun 9. doi:10.1503/cjs.003020

Programação e a Rotina de Mulheres Programadoras

No dia 03/03 fiz uma apresentação sobre programação e rotina de Mulheres Programadoras na III Semana das Mulheres promovida pelo IEEE WIE da UFJF. Fico muito feliz com esses convites pois acredito que é importante mostrar que programação é para todos. Não é preciso ser nerd e muito menos gênio em matemática para programar. Como em qualquer área do conhecimento basta ter vontade e dedicação.

Quero acreditar que o cenário atual para as mulheres programadoras é melhor do que vimos nas últimas décadas e gostaria de incentivar mais meninas e mulheres a estudarem programação pois é uma carreira que abre muitas portas. A tendência é que as oportunidades nas áreas tecnologicas só aumentem.

Tive problemas de conexão e a apresentação foi transmitida ao vivo no canal IEEE WIE UFJF com alguns minutos de atraso. Segue o link para o video (avance os primeiros 11 minutos).

Apresentaçao na III Semana das Mulheres IEEE WIE UFJF. Abra o video no youtube: https://youtu.be/lNzJbIBeNJY?t=660

Pode conferir também os slides utilizados a seguir:

Esse tema te interessa? Deixe um comentário e compartilhe!

Dica: Gerenciar Referências

A primeira etapa de qualquer pesquisa científica é a revisão da literatura. Essa revisão permite identificar qual o estado da arte do problema sobre o qual tem interesse e serve para compreender o que já foi feito na tentativa de responder a uma pergunta científica específica. Muitas vezes a própria pergunta surge após a revisão de literatura identificar que existe uma questão em aberto que ainda não foi respondida.

Feita essa motivação, o objetivo desse post é apresentar minha experiência com uma ferramenta para auxiliar no controle das referências que já leu / está lendo / pretende ler, para ajudar a identificar quais são mais relevantes etc. Esse processo também pode ser conhecido como “fichamento”. Se ainda não utiliza uma ferramenta para auxiliar a gerenciar as referências da monografia/dissertação/tese, esse post apresenta uma opção que tenho usado ultimamente.

Já utilizei outros formatos, desde apenas colocar as “fichas” em um editor de texto mesmo, ou ferramentas específicas como o JabRef. Existem muitos outros que deixo o link pois pode ser que prefira outro formato: EndNote, Mendeley, Citeulike, RefBase, RefWorks, Reference Manager.

Há algum tempo venho utilizando o Zotero e tem me ajudado muito a organizar melhor as referências. Tenho gostado bastante da possibilidade de organizar referências de vários projetos distintos compartilhados com grupos diversos.

Uma funcionalidade que acho super útil é o plugin para o navegador que permite fazer download de qualquer referência direto para a biblioteca. É possível adicionar as referências manualmente também mas com a existência desse plugin raramente preciso fazer isso. Basta clicar em um botão que a ferramenta já importa todas os dados de autores, revista, data, doi etc.

Adicionar arquivo ao Zotero.
Adicionar arquivo PDF ao Zotero. Fonte.

É possível também inserir uma referência dentro do Zotero através de um identificador:

Adicionar ao Zotero por identificador (doi, isbn,pmid). Fonte

A ferramenta possibilita ainda escrever anotações sobre cada referência, o que recomendo fortemente pois depois de um tempo não lembramos todos os pontos importantes. Existem ainda outros plugins que podem ser adicionados como, por exemplo, um que oferece uma contagem de citações e quantos suportam ou disputam cada referência (scite).

Exemplo de visualização do Zotero com uma coluna que mostra se tem anotação adicionada (parece um post-it amarelo) e colunas que mostram contagem de referências que suportam, disputam e que mencionam cada uma das referências na lista. Fonte: da autora.

A biblioteca inteira pode ser exportada em vários formatos conforme mostrado na imagem abaixo incluindo o formato bibTeX que é perfeito para quem usa o LaTeX para escrever os textos acadêmicos.

Formatos para exportação da biblioteca de referências. Fonte: da autora.

Quem usa Word e OpenOffice também tem o trabalho de citações facilitado ao usar o plugin do Zotero para esses editores. Basta usar o comando “inserir citação” que abre uma busca para a referência salva na sua base de referências do Zotero. E ele já inclui a citação no local selecionado e adiciona a referência completa no final do texto.

Ps: Se tiver interesse clique aqui para ver a lista completa de plugins do Zotero.

Ps 2: Eu sou fã do LaTeX e tenho vários posts nesse blog sobre os comandos e como usar. É só usar a busca aqui do blog ou clicar na categoria LaTeX no menu lateral.

Este post não tinha intenção de ser um tutorial mas uma fonte de informações sobre gerenciamento de referências. Caso esteja buscando um tutorial indico:

Qualquer dúvida ou sugestão deixe um comentário!

Como mantenho a motivação em 2020?

cappuccino

Espero que esse título não soe como uma armadilha e crie expectativas excessivas. Antes de continuar, gostaria de deixar claro que estou longe de ser a pessoa mais motivada do mundo! Mas se a falta de motivação é algo que te incomoda, acompanhe este raciocínio comigo. Se você já é super motivado deixe um comentário ou dica de post, livro, vídeo etc.

Escrevi recentemente sobre saúde mental pois estava passando por um momento de cansaço. Não cansaço físico mas mental mesmo. E percebi que estava ficando cada vez mais difícil ter vontade de fazer as atividades básicas do dia a dia.

Há algumas semanas coloquei uma série de ações em prática e pude observar a diferença que fez na minha rotina. Por isso, achei que seria um bom momento para escrever sobre esse tema. E, gostaria de deixar um espaço para que mais pessoas escrevam também o que funciona para elas.

A primeira coisa que precisa ficar claro é que não pretendo compartilhar uma fórmula mágica que funciona para todo mundo. A busca por isso só serve para nos deixar cada vez mais frustrados. Ah! Mas funcionou para fulano, por que nao funciona pra mim? Quantas vezes me senti mal com isso… estou escrevendo sobre algo que observei que funcionou para mim, na realidade que estou passando nesse momento.

É importante dizer também que não acordo motivada todos os dias. E que continuo tendo dias em que me sinto desanimada e cansada. E acho que está tudo bem se sentir assim de vez em quando. O importante é saber perceber isso e agir de acordo. Nesses dias eu me permito ir mais devagar. Se eu estiver muito cansada eu descanso e compenso em outro momento.

Para ter uma rotina que funciona, precisamos primeiro nos conhecer. E entender o tipo de incentivo que funciona. Pode ser que, assim como eu, na maior parte da vida tenha esperado que a motivação para alcançar os objetivos ou simplesmente concluir as atividades viesse de fora (boletos chegando, prazo de evento/revista chegando, orientador te cobrando resultados…).

Claro que tudo isso oferece um incentivo mas, se manter a motivação já era um desafio antes de 2020, esse ano pode ter se tornado um desafio ainda maior. A necessidade de continuar ainda que o mundo todo estivesse passando por tantos lutos não é algo trivial.

Precisei entender que isso tudo que citei ali acima, que vem de fora, não deveria ser a minha fonte de motivação ou desânimo. A motivação deveria ser interna.

Depois de muitos momentos de reflexão eu entendi que escrever é extremamente importante para mim. Não só artigos, documentação, relatórios etc. Não estou falando de escrever só coisas relacionadas ao trabalho. E também não estou falando só dos hobbies como escrever aqui para o blog, redes sociais, poesias etc. Mas, desde sempre para passar pelo processo de aprendizado eu sempre precisei escrever as coisas no papel. E entendi que ultimamente com a mudança de rotina devido à pandemia, eu tinha mudado esse hábito.

Passei a trabalhar somente de casa com o isolamento que durou 2 meses e depois, passei a fazer revezamento, indo algumas vezes por semana ao laboratório e outras a ficar em casa. Já se passaram 5 meses nesse formato e tudo indica que continuará assim até o final desse pós-doutorado. Com esse revezamento, eu comecei a ter dificuldade de manter uma rotina que funcionasse pra mim nos dois lugares. Por exemplo, eu uso (também) agenda de papel. E escrevo nessa agenda de papel as principais atividades de cada dia. Com essa mudança de rotina nem sempre eu transportava a agenda comigo. Às vezes deixava uma agenda em casa e outra na mesa do laboratório. Com isso fui vendo pouco a pouco minha organização (e também a motivação) ir embora. Comecei a me sentir improdutiva e com dificuldade de terminar as tarefas.

Só quando entendi que um dos problemas era esse que pude pensar em uma solução. Eu tinha um bloco de post-its que estava inutilizado. Voltei a usar os post-its, e criei o compromisso de carregar sempre a mesma agenda comigo. Ao invés de colar os post-its no lab como costumava fazer, comecei a colar na agenda. Assim tenho um incentivo colorido bem visual e pontual de coisas que preciso fazer a cada dia da semana.

Não lembro quando comecei mas há muitos anos tenho o hábito de escrever as coisas que preciso fazer em uma agenda (durante o doutorado usava um caderno de rascunho pra tudo e funcionava como uma agenda também). Ultimamente percebi que ao não escrever as tarefas eu não as concluo com a mesma eficiência. Eu continuo fazendo o que preciso, mas de forma pouco organizada e pouco produtiva que atrapalha outros setores da minha vida.

Com a falta de organização eu não tinha vontade de fazer as tarefas do trabalho, de ler artigos, fazer as reuniões, escrever, programar o código que precisava etc. E muito menos de cuidar da saúde. Não tenho tempo! Era isso que eu dizia pra mim mesma. Não consigo fazer mais nada, já estou sobrecarregada com todas as tarefas que tenho ao ficar alguns dias da semana em casa. Essa parte realmente é importante comentar também. Como passo mais tempo em casa, tenho que fazer uma série de coisas que não faço quando passo o dia todo no laboratório e almoço no restaurante do hospital. Em casa, tenho que pensar em todas as refeições, preparar e lavar e isso toma mais tempo, é fato. Gera mais sobrecarga mental sim. Não posso esquecer disso na hora que preparo a agenda.

Dito tudo isso, aprendi a não colocar muitas metas grandes por dia na agenda! No máximo uma ação maior que preciso terminar a cada dia. E me permito escrever na agenda em torno de três ações menores por dia. Tudo que fizer além disso considero lucro. (Se para você parece pouco, ajuste para a sua realidade. Estou dizendo o que funciona para mim na minha rotina de trabalho – e acho que li isso em algum lugar, se lembrar adiciono a referência depois). Vai por mim que não é pouco. E penso que é melhor concluir 3 coisas por dia do que nenhuma…

Um exemplo mais prático: se preciso entregar um código ou um resultado até sexta, na sexta tenho essa meta grande de entregar o trabalho todo e, a cada dia que antecede tenho como meta uma parte que organizo de acordo com meu conhecimento do que precisa ser feito. Costumo quebrar ainda essa atividade principal do dia em mini-atividades . Dividir para conquistar funciona bem para mim. Além disso, todas as outras atividades importantes como atualizar a documentação, escrever relatório e artigo vão para a agenda em papel. Tento dividir todas as atividades durante a semana colocando a mais urgente como principal e tentando não passar muito de 3 atividades por dia. A sensação de “tickar” da agenda me dá muita satisfação e sinto que o trabalho está avançando. E essa ação de escrever no papel me ajuda a me organizar melhor mentalmente e focar naquela ação que precisa da minha atenção.

Acho que isso tudo começou há muitos anos quando percebi como me distraio facilmente. Se eu não colocar em foco as coisas que precisam da minha atenção eu me perco totalmente.

Talvez você não precise dessa etapa de colocar no papel. Durante um tempo eu colocava tudo num calendário online com os lembretes das atividades que preciso fazer. Pode ser que um tempinho no domingo ou na segunda de manhã para organizar as tarefas da semana no calendário seja suficiente. E claro, olhar esse calendário todos os dias. A ideia é ter algo visual que consulte com frequência.

Ao passar um tempo sem organizar minhas atividades no calendário/agenda a sensação que eu tinha era que eu não estava fazendo nada (mesmo quando obviamente estava porque não parei de fazer as coisas). Além de ter essa sensação que não estava conseguindo avançar estava perdendo a vontade de começar a fazer as coisas que eu precisava. Finalmente entendendo o que funciona para mim, foi possível sentir essa vontade de novo que eu já estava achando que não voltaria! Ah! Como sou dramática gente… Mas é sério, concluir atividades para mim me faz com que me sinta útil, e, com isso, tenho vontade de continuar fazendo as coisas que preciso.

Obs: no calendário online tenho todas as aulas e reuniões agendadas e não considero reuniões nem aulas como atividades que entram naquela conta das 3 coisas por dia, só para deixar claro. Mas preparar aula e corrigir tarefas contam como atividades do dia porque uso essa estratégia para organizar meus prazos. Não sei se vai funcionar pra sempre assim, pode ser que precise ajustar depois. Mas achei essa reflexão interessante para pensar no que funciona de acordo com a rotina que temos hoje.

Se eu puder fazer um resumo das coisas que me ajudam a me manter motivada, seria:

1 – Acordar fazendo uma mentalização positiva; preciso desse lembrete diário de quem sou e qual meu propósito.

2 – Café ou chá.

3 – Conferir na agenda o que planejei e ajustar de acordo para não me sentir sobrecarregada;

4 – Tickar as atividades concluídas da agenda;

5 – Escolher o tipo de informação que consumo! Tento estar sempre atenta aos perfis que sigo nas redes sociais e o tipo de notícia que consumo. Não pretendo me alienar, mas no início da pandemia foi muito difícil acompanhar todas as notícias diárias e precisei me afastar um pouco para não desanimar demais.


Você sabe o que funciona para >você< se manter motivado?

IES Públicas brasileiras contra a pandemia COVID-19

Vai ficar tudo bem!

Em situações emergenciais como é o caso de uma pandemia, muitas ferramentas que auxiliam nas decisões e na execução de ações para de fato minimizar os danos partem das Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas.

Inspirada por algumas iniciativas que tive conhecimento, quis reunir nesse post o máximo de links para as páginas de Instituições de Ensino Superior Públicas brasileiras que estão colaborando de alguma forma para minimizar os efeitos da pandemia COVID-19. Seja através da divulgação de informação correta, do desenvolvimento de equipamentos de proteção, desenvolvimento de aplicativos ou modelos de previsão para auxiliar às tomadas de decisão.

Segue abaixo a lista para não esquecermos da importância do investimento em ensino e pesquisa. Clique nas imagens ou nas siglas das instituições para redirecionamento:

Screen Shot 2020-04-08 at 22.16.57 IF Baiano
ifsudeste IF Sudeste MG
ifceara IFCE
ifpb IFPB
ifrs IFRS
ifsp IFSP
ifto IFTO
Screen Shot 2020-04-08 at 22.04.10 UFF
ufjf UFJF 🖤
ufla UFLA
Screen Shot 2020-04-08 at 22.09.31 UFMG
ufreconcavoba UFRB
Screen Shot 2020-04-08 at 22.10.08 UFRJ
ufsc UFSC
Screen Shot 2020-04-08 at 22.11.09 UNIFEI
unifesp UNIFESP

Esta lista não é exaustiva, se souber de outra iniciativa de UF ou IF que não está aqui me envie que atualizo!

___

Ps: A imagem destacada que usei no post é uma foto que eu tirei há alguns dias. Escrevo da Itália nesse momento onde faço pós-doutorado e trabalho de casa há um mês. A mensagem é positiva: “vai ficar tudo bem, eu fico em casa”!

Doutorado Sanduíche nos Estados Unidos (continuação)

Escrevi esse post em 2015 e só estou postando em 2017… achei divertido ler comentar o próprio texto depois de um tempo. Todos os comentários que fiz antes de postar estão destacados como esse. O que não está destacado é o que escrevi lá em 2015…

Em um post anterior citei algumas coisas que aprendi com a experiência do doutorado sanduíche, mais especificamente 7 coisas que aprendi (Link para o post). Gostaria de compartilhar também um pouquinho sobre minha impressão do local que visitei mais especificamente na região sudoeste dos Estados Unidos e o que aprendi por lá.

3 itens relacionados ao local que morei que gostaria de compartilhar

1 – Tomar café no copo grande

O café nos Estados Unidos de forma geral não é muito agradável comparado aos cafés que estamos acostumados no Brasil (minha opinião!). No entanto, finalmente entendi porque eles tomam esse café tão ruim num copo tão grande e posso resumir em: açúcar e creme!

De forma geral não conheci ninguém que tome café americano puro. Mas, sempre cheio de creme (half and half principalmente) e açúcar! E aprendi a tomar o tal mocha latte ou café mocha (depende do lugar): café, calda de chocolate e leite vaporizado. Doce até! Mantém acordado até! Resumindo, vou sentir falta disso na minha cidade no Brasil, pelo menos a saúde agradece a falta desse açúcar todo num copo só! (Mas a calda de chocolate veio na mala sem querer querendo…)

Obs: Essa calda já acabou há muito tempo…

Obs 2: Achei muito pretensioso eu ter escrito que não conheci ninguém que tome café puro… como se eu tivesse conhecido uma amostra suficiente de pessoas. Relevem. ¯ \ _ (ツ) _ / ¯

2 – Inverno fora da zona tropical

Como tive oportunidade de morar por 9 meses nos EUA, presenciei todas as estações do ano e a beleza de cada uma delas.

Mudança de estações
Mudança de estações por Bárbara Quintela

A primavera é super florida, as pessoas plantam flores pra colocar na porta de entrada de casa e, as plantas dos jardins que pareciam que tinham morrido no inverno começam a voltar a vida e a florir.

No verão faz muito calor tanto quanto no Brasil (ou mais!) e fica tudo muito verde! As pessoas ficam na rua até mais tarde já que os dias são mais longos.

O outono já é minha estação do ano preferida por aqui, a diferença é que nos EUA começa a estação dos feriados também no outono, com o Halloween e abóboras pra todo lado! e tudo fica amarelo, laranja e marrom…de um jeito lindo!

As crianças realmente pedem doces no Halloween por lá. Sim, me vesti de gato de Cheshire e fiz um sorrisão de cartolina. Só uma criança adivinhou quem eu era. Óbvio que dei mais doces pra essa criança… hahahaha!

Com o frio intenso e os dias mais curtos, as pessoas ficam meio desanimadas acho que por isso os feriados são tão celebrados lá. Mas a verdade é que o cenário todo coberto de neve é lindo!

Eu achava lindo por que era meu primeiro inverno de verdade. Os americanos só viravam o olho e diziam “First winter”… 🙄

Obs: Clique na imagem e dê um zoom na árvore verde. Depois me conta…

Realmente curti muito todas as estações. Como não temos tanta definição, pelo menos na região que moro no Brasil (Sudeste) me achava dentro de um filme enquanto morei no NM.

3 – Cultura do Novo México

Durante o doutorado sanduíche fiquei alocada em um laboratório de pesquisa no estado do Novo México, um estado não muito conhecido nem pelos próprios americanos muito menos pelo resto do mundo. Corta pra Barbara tendo que explicar pra família/amigos que não estava indo para o México, país e sim Novo México, estado americano.

Até hoje tenho que explicar que nunca fui para o México… espero conhecer um dia!

Deixei esse tópico para o final para poder contar um pouco do que vou levar desse estado incrível. Acho que vale um post só pra ele!

Resumindo o que aprendi sobre esse estado incrível: para começar, a frase oficial do estado é “terra do encantamento” (Land of enchantment) e posso garantir que não é à toa!

white sands
White Sands por Bárbara Quintela

Cânion do Rio Grande e Vilarejo de Taos por Bárbara Quintela

No mesmo estado existe: montanhas com estação de esqui, deserto de areia branca (gypsum), cânions, cavernas impressionantes, museu UFO (Alguém mais assistia Roswell?), Breaking Bad se passa em Albuquerque (NM), vulcão inativo, laboratório do governo que um dia foi secreto e hoje é um dos maiores centros de pesquisa do mundo em diversas áreas, faz divisa com mais três estados (Arizona, Colorado e Texas) tem um monumento “four corners” devido a essa fronteira entre 4 estados, sol praticamente o ano todo,  cultura hispânica muito rica, cultura nativa americana muito presente, as casas de adobe e…

GREEN CHILE (pimenta verde)!

Sério! Green chile do Novo México é algo único e especial desse estado! Todo mundo que experimenta vicia nessa iguaria! Vou sentir falta disso tudo! Principalmente do green chile & cheese burguer! Pizza de pepperoni com Green Chile! Mac’n’cheese com Green Chile…

Ps: Esse post estava escrito há praticamente 2 anos e não sei porque não postei na época! Pensando bem, os últimos 2 anos foram de muitas mudanças para mim e o blog estava completamente de lado, então acho que eu sei sim porque não postei…

E além disso, quem lê posts de blog hoje em dia anyway...

De qualquer forma fica o registro pra quando eu quiser lembrar novamente dessas experiências 🙂

Ps 2: Eu tive oportunidade de voltar ao Novo México esse ano para uma homenagem ao meu orientador de lá. Foi super rápido mas fiz questão de ir. Consegui encontrar alguns amigos que fiz por lá também além de participar de um congresso com os melhores cientistas da minha área. Espero voltar lá sempre que puder!

Para saber mais sobre o Novo México:

Melhor referência de turismo!

Pesquisa Google sobre montanhas do Novo Mexico

El camino real de tierra adentro – Facebook

White Sands National Monument – Facebook

Carlsbad Caverns National ParkFacebook

International UFO Museum RoswellFacebook

Espero que tenham curtido ler sobre um pouco da experiência que tive no Novo México, EUA.

7 Coisas que Aprendi com o Doutorado Sanduíche nos Estados Unidos

Já comentei aqui quando comecei o doutorado sanduíche nos EUA e expliquei como surgiu a oportunidade e o que precisei fazer antes de embarcar. Vale a pena ler se está pensando em passar pela mesma experiência!

Gostaria de deixar registrado também algumas coisas que aprendi com essa experiência que recomendo a todos que tiverem oportunidade! Espero que possa ser um incentivo para quem está pensando em começar e também um momento de boas lembranças para quem passou por algo semelhante!

7 coisas que aprendi com o doutorado sanduíche:

1 – A melhor forma de entender algo é explicando pra alguém

Desde que cheguei ao laboratório assisti a diversas palestras, pelo menos uma por semana. Por lá os pesquisadores e estudantes são incentivados a apresentar seu trabalho com certa frequência. Em todas as palestras percebi a intensa interação entre o grupo e como surgiam novas ideias e críticas importantes ao trabalho.

Todas as vezes em que eu tive que apresentar meu trabalho (3 vezes em 9 meses) eu percebi o quanto ter que falar sobre meu problema e como estou resolvendo me ajudou a entender melhor o que eu estava fazendo e onde poderia chegar.

2 – Pesquisadores conhecidos podem ser mais acessíveis do que parece

Uma das coisas que me impressionou quando cheguei foi a facilidade que encontrei pra conversar com meu mentor. Ele estava sempre com a porta da sala aberta.

Durante minha estadia, o grupo recebeu uma série de pesquisadores visitantes de várias partes do mundo com quem possuem algum tipo de colaboração. Todos apresentaram seus trabalhos e estavam disponíveis para conversar e ajudar.

3 – Colaboração é a palavra-chave

Semelhante ao item anterior percebi que manter uma rede de colaboração é essencial no universo de pesquisa. Acredito que seja verdade para todas as áreas. E entendi que principalmente para alguém que espera continuar pesquisando numa área interdisciplinar é preciso estender a rede de contatos e colaborações.

Várias oportunidades de pesquisa e publicações, tão valorizados na área acadêmica, surgem de colaborações com pesquisadores e institutos diversos. Cada pessoa/grupo tem algo diferente a oferecer e a colaboração torna os trabalhos mais ricos ao permitir diversas formas de se resolver um determinado problema.

4 – Não ter medo de pedir ajuda

Logo que cheguei não tive muito tempo para entender o problema que estaria trabalhando e já fui logo tendo que começar a resolver. Após um mês ainda não tinha nada de concreto e meu mentor lá fora começou a se preocupar. Claro que bateu logo uma insegurança quando comecei a me deparar com possíveis erros de implementação. Mais tarde descobri que não estava cometendo nenhum erro mas havia um problema na definição do modelo que estávamos desenvolvendo.

Bom, só foi possível descobrir qual era o verdadeiro problema quando pedimos ajuda. Um dos pesquisadores visitantes era especialista em implementação de soluções de problemas do tipo que eu precisava resolver e me ajudou imensamente! Pudemos fazer os ajustes necessários para corrigir o real problema. Pedir ajuda pode ser a solução!

5 – Trabalhar é importante e se divertir também

Quando entrei no doutorado resolvi que continuaria fazendo sempre o melhor que pudesse mas, com a condição de ter tempo pros meus hobbies também! E quando comecei o sanduíche constatei que fora do Brasil é mais do que normal e esperado que se tenha tempo livre! As pessoas estão sempre conversando sobre seus hobbies e como foi a caminhada ou a viagem ou o show ou qualquer coisa que tenham feito à noite ou no fim de semana.

Durante o expediente todos são super focados e trabalham bastante buscando sempre a melhor solução para os problemas. Mas deixam o trabalho no local de trabalho! Claro que época de deadline é igual em todo lugar…

6 – Ambiente de trabalho pode fazer diferença

Tive a oportunidade de ter uma mesa em uma sala compartilhada que era meu local preferido no lab por ser em um centro de estudos que agrega estudantes e profissionais de áreas diversas com palestras e eventos frequentes.  Durante o verão principalmente quando o laboratório recebe estudantes de toda parte do mundo e pude fazer novas amizades e possíveis futuras colaborações.

Tive contato com pessoas motivadas que realmente amam o que fazem o que é uma grande inspiração!

Devemos buscar sempre essa motivação e ser essa pessoa que contagia os outros! Momento #FicaADica #SejaAMudançaQueQuerVerNoMundo do texto…

7 – Ter metas claras

Isso vale pra qualquer coisa na vida! É essencial saber onde quer chegar e o que quer alcançar.

No caso do doutorado sanduíche ter metas me ajudou bastante a lidar com a distância da família e dos amigos. Só precisava focar no próximo prazo e seguir em frente.

Quando percebi a próxima meta já era voltar pra casa e defender a tese! Como passou rápido!!!

Extra:

Estando fora pude valorizar as boas práticas do meu programa de pós-graduação no Brazil! Mesmo estando longe dos maiores centros de pesquisa mundiais, o programa sempre investe em colaboração com pesquisadores de outros programas no Brasil e no exterior. Se preocupam em oferecer todos os recursos que sejam necessários às pesquisas realizadas para que os alunos em formação tenham as melhores oportunidades. Como ex-aluna só tenho a agradecer!

Concorda com os pontos? Deixe um comentário! Vou adorar ler sobre outras experiências também!

Espero que esse post tenha sido útil!

Muito obrigada!

Dica: Aplicativos que Reconhecem Equações Manuscritas

 

Segue uma dica rápida para quem usa iPad/iPhone e gostaria de escrever equações à mão livre e convertê-las para os formatos: .jpg, LaTeX ou MathML. Essa dica é util principalmente para quem precisa utilizar equações nos formatos acima em um aplicativo no iOS, por exemplo, enquanto estiver montando uma apresentação com equações no Keynote.

MyScript MathPad
MyScript MathPad

 

Isso é possível utilizando o aplicativo MyScript MathPad (iTunes). Ao escrever uma equação à mão livre é possível salvar, gratuitamente, como uma imagem .jpg que pode ser utilizada em qualquer outro aplicativo. O aplicativo apresenta um tutorial bem simples assim que abre e possui vários símbolos reconhecíveis! Muitos mesmo!

Seguem algumas capturas de tela:

MyScript MathPad
MyScript MathPad no iPad

MyScript MathPad
MyScript MathPad no iPhone

Outras funcionalidades bastante interessantes a partir da versão paga são:

▫️ copiar a equação para ser calculada com o aplicativo WolframAlpha;
▫️ exportar para o formato LaTeX (texto a ser importado por outra ferramenta que compile LaTeX);
▫️ exportar no formato MathML.

MyScript Calculator Logo

 

O mesmo desenvolvedor (Vision Objects) ainda oferece uma calculadora que reconhece as expressões digitadas à mão livre e efetua os cálculos 🙂 que é a MyScript Calculator. Essa calculadora está disponível em várias plataformas: iTunes, Google Play, Samsumg Apps e Amazon Apps 

Segue um exemplo de reconhecimento de uma expressão escrita e apresentação do resultado no iPhone:

MyScript Calculator no iPhone

Achei muito interessante esses aplicativos e quis compartilhar essa dica! Comentários e sugestões são sempre bem vindos!

Até mais!

Dica rápida: C++ no Fedora

Já devem ter percebido pelos meus posts que sou naïve no Fedora e por isso todas as descobertas são registradas!

Fedora

A mais recente delas foi a seguinte: para utilizar o g++ não basta instalar o gcc! Também não é possível instalar g++! Temos qu

e instalar o gcc-c++!!!

$ sudo yum install gcc-c++

Parece brincadeira e o nome é controverso mas feito isso pode compilar os programas utilizando o g++!

Espero ter ajudado!

Referência:

http://stackoverflow.com/questions/12952913/how-do-i-install-g-for-fedora